segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

V de Vingança

Li recentemente uma obra-prima. Escrita por Alan Moore e desenhada por David Lloyd é intitulada “V for Vendetta”, traduzida aqui como “V de Vingança”. Nessa HQ, o herói é um terrorista.

A história foi escrita no início dos anos 80 e lançada aqui no Brasil em 1989 pela Editora Globo. Em 2006 teve uma edição especial pela Panini, em volume único, colorido e com material extra. Hoje é raro encontrar um exemplar à venda.

Eu assisti ao filme primeiro, fiquei fascinada com a complexidade e a seriedade da história. Como essa é uma revista que está em falta no mercado, li a scan com cerca de 300 páginas na tela do computador. Pelo fato da leitura ser empolgante, li todas essas páginas em três dias mais ou menos...


Você pode me chamar de V


Sem muitos spoilers, a história é ambientada em um passado futurista de 1997, em Londres, e começa após o fim de um conflito político, com os campos de concentração desativados e a população complacente com a situação, até que surge “V” – um anarquista que veste uma máscara estilizada de Guy Fawkes e possui uma vasta gama de habilidades e recursos. Inicia-se então uma elaborada e teatral campanha para derrubar o Estado.

Diante de tudo isso, conhece Evey, uma garota que perde os pais durante a guerra. Tratada como mera aprendiz por parte de V, é sempre apresentada a resquícios de uma cultura perdida por causa da guerra.

A história parece tão recente que os episódios ocorridos no Egito e na Tunísia são os retratos reais do ocorrido em “V de Vingança”. A frase dita na HQ: “O povo não deve temer o governo. O governo é quem deve temer seu povo” encaixou-se perfeitamente na realidade desses países, os quais milhares de pessoas saíram às ruas e derrubaram seus governantes. Em “V”, a marca deixada foi a explosão do Parlamento.


"Lembrai, lembrai do cinco de novembro”


É uma grande crítica que se remete ao fato de que por meio da censura, não expressamos pensamentos e não manifestamos anseio por liberdade, deixando que nos manipulem, sempre seguindo regras à risca e que as informações falsas devem ser obedecidas e aceitas como verdade, sem direito a quaisquer questionamentos contrários.

Alan Moore, nem preciso dizer, é o mestre dos quadrinhos, o que torna a leitura de “V de Vingança” um pré-requisito para todos os apreciadores de HQs.


2 comentários:

disse...

E o filme? É a mesma coisa?

Fer, vc adora azul? Que legal. Devo dizer que estou aprendendo a gostar!

Boa semana pra vc!

Fernanda Martins disse...

Eu gostei do filme! Eu queria assistí-lo de novo, agora que li a HQ...

Eu adoro azul, tenho um monte de coisas azuis!

Uma ótima semana pra você também!!