terça-feira, 6 de abril de 2010

Tem cartão da loja?

Ao entrar em uma loja de departamentos, além de esperar uma vida para que um vendedor venha te atender, ao colocar os pés dentro da loja, brota um ser no meio do nada e te faz a seguinte pergunta: "TEM CARTÃO DA LOJA?". Você educadamente rejeita com um simples e sonoro NÃO. A pessoa insiste: "É rapidinho!". De novo, você repete a resposta anterior um pouco mais claro, "NÃÃO". Essas pessoas parecem não desistir, "Eu só preciso do seu CPF e do seu RG". Você, já sem saco, "Não quero, obrigado!". Para vender, o sujeito faz tudo, "Você vai 'estar ganhando' 10% de desconto na PRIMEIRA compra". Nem se desse 50%, você já está sem paciência e repete o "NÃÃÃO" um pouco mais alto. Mas o cidadão não te compreende e continua, "Este cartão pode facilitar a sua vida além de ‘estar parcelando’ a sua compra em trilhões de vezes" (isso porque você entrou na loja pra comprar no máximo 20 reais). Aí já deu, "NÃO, POORRAAA!", você dá meia volta e vai pra outra loja, na qual esses procedimentos se repetem.

Afinal, quais as vantagens do tal "Cartão da Loja"? Pra quem realmente precisa, parcelar em zilhões de vezes parece ser uma vantagem, mas é preciso analisar os prazos de pagamento, se o cartão possui anuidade (às vezes eles te isentam, só no primeiro ano), Se as parcelas têm juros (calcular o valor final é importante pra não pagar em um só produto, o valor de dois!), se cobram seguro.

O Cartão da Loja nada mais é do que um laço (bem apertado, por sinal!) entre a empresa e o consumidor, proporcionando benefícios. Existem cartões que fornecem empréstimo pessoal, seguro de vida, assistência para cães e gatos (eles não sabiam disso, garanto!) e até seguro desemprego em seu portfólio de serviços. A diversidade é tamanha que o próprio consumidor não sabe dos serviços disponibilizados pelo cartão.

Essa aproximação do cliente é importante para as empresas garantirem a fidelidade e também para conseguirem os dados do consumidor. Para o comprador, essa superoferta de seguros e financiamentos por parte dessas redes pode esconder armadilhas.

Especialistas em finanças pessoais e em defesa do consumidor alertam para o uso desses cartões e dizem que o cartão em si não é desaconselhável, mas é importante saber usá-lo com cuidado. O cartão deve ser utilizado somente em compras. Se quiser um empréstimo, procure uma instituição financeira ou se quiser um seguro, procure uma seguradora.

As pessoas são atraídas pelo simples fato de conseguir fazer um seguro de vida sem muita burocracia. A falta de burocracia das lojas oferece para o cliente um crédito pessoal no próprio estabelecimento, ao invés da pessoa procurar um empréstimo consignado em um banco, a juros bem menores. Por exemplo: Um empréstimo de R$ 10 mil na Renner possui juros mensais que variam de 6,99% a 12,5%. O cliente do Banco Real paga juros de 4% ao mês no empréstimo consignado. No cartão Marisa, o empréstimo pessoal pode ser de até R$ 2 mil com o pagamento em 12 meses, seria um ótimo negócio se os juros não fossem de 12,9% ao mês. O mesmo acontece com os seguros solicitados através do cartão da loja, o cliente deve tomar cuidado com os detalhes do contrato.

Dessa forma, o cartão possui inúmeras vantagens, mas acompanham com elas inúmeras desvantagens. Não se iluda com as facilidades e comodidades. Os pagamentos a vista proporcionam maiores descontos e menores dores de cabeça, pense nisso!



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